quarta-feira, 27 de agosto de 2014

BOLSA DE VALORES


Uma de cada oito pessoas no mundo passa fome! Fazendo as contas, 842 milhões de pessoas estão passando fome neste momento.

A cada dia, 154 pessoas morreram, em média, vítimas de homicídio no Brasil, em 2012. Ao todo, foram 56.337 pessoas que perderam a vida assassinadas.

Cada morador da Região Metropolitana de Campinas possui, em média, 5,5 cartões de crédito.

O número de linhas de celulares ativas no país chegou a 272,72 milhões.

O Brasil é o 15º país que mais gasta, mas só aparece em 53º - de um total de 65 países - quando se trata de qualidade da educação.

Os jogadores de Real Madri e Barcelona valem, juntos, 800 milhões de euros.
Três em cada dez paulistas que aguardam atendimento na rede pública de saúde estão há mais de seis meses na fila. 

A soma do lucro registrado por quatro bancos brasileiros em 2013, que chegou a cerca de US$ 20,5 bilhões, é maior que o PIB estimado de 83 países no mesmo ano.

As campanhas para os candidatos à presidência da República em 2014 deverá custar quase R$ 1 bilhão.

Os usuários regulares de crack e/ou de formas similares de cocaína somam 370 mil pessoas nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. 

Os três irmãos que controlam as Organizações Globo são bilionários, juntos, eles têm uma fortuna estimada em US$ 28,9 bilhões.

O comercio de armas aumentou 14% nos últimos 5 anos. Os EUA mantém a liderança com 29% do total.

E 94% dos moradores das favelas brasileiras afirmam, categoricamente, que são felizes.

Texto que faz parte da Antologia Manifesto da Paz II, da ANPPB, que será lançado hoje na 
Bienal do Livro

sábado, 23 de agosto de 2014

A ARMADILHA


um pássaro canta lá fora
não sei que pássaro
não sei se na rua ou no mato
nem sei se voa
sei que canta...

da janela um rato me espia
não rato-homem
(a espécie mais populosa que há)
nem homem-gabiru
(espécime que ainda prolifera absurdamente)
rato Rattus rattus
ou Mus musculus
(como escreveria a Zapparoli)
- um rato e eu nos olhamos silenciosamente
O mundo sequer percebeu.

foi numa hora como essa,
a noite ainda não acabara
o dia ainda não começara
- a armadilha da vida armada e arrumada
captura-me sempre
quando você não está aqui...

devo aduzir que os gambozinos me atraem
seus olhos roxos
suas bocas leprosas
andróginos e lascivos

- essa existência imaginária que todos deveríamos 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

ONDE ANDA O AMOR?

onde anda o amor? a pergunta foi feita na intenção de provocar a poesia, sendo ela mesma, em si, uma alusão poética... o amor, onde anda, onde canta, onde manda, onde desanda? onde é amor, onde é onda? que amor? é, enfim, o que me pergunto... fosse no tempo do Byron, do Dumas, não haveria dúvidas, seria sobre o amor romântico que estamos a falar... mas nesses tempos de pós-modernidade, de globalização, a nossa  língua já se misturou tanto com outras, já somos menos regionalistas e descobrimos que a nossa palavra amor é limitante... está lá, no dicionário, doze situações em que o substantivo masculino “amor” pode ser utilizado, e outras tantas formas se composto... os gregos tem várias palavras distintas para o amor, como philia, eros, storge, pragma, ágape (termo já quase que vulgarizado desde que descoberto pelos espiritualistas)... em latin há amor, dilectio, charitas; em chinês as palavras para o amor são ai, lian, qing, yuanfen, zaolian... então, de que amor estamos a falar? o romantizado entre eu e voce? o amor do filho... da mãe, o omisso, o amigo, dos bichos, de deus, o seu... pelo dinheiro, pela natureza, pela beleza, pelo poder? amor cortês, amor livre? fazer amor? morrer de amor? amor à arte? sim, poeta que sou, esse é o que mais me interessa... amar é pensar, diz o pastor amoroso do caieiro... outros  dizem que é sentir... acho que ambos tem razão, mas enquanto quem sente tem apenas a poesia, quem pensa faz poema... eis o artista, eis o verdadeiro poeta, para quem conta o ato e a obra... a cisão não diminui a poética, respondo em exemplo o dilema do amante de deusdeti: apoiar a luta armada ou fazer versos para a namorada? “sinto novamente sob meus calcanhares as costelas do rocinante”, quanto lirismo, quanta poesia do che guevara para dizer que estava indo novamente para a batalha (sem saber que esta seria a derradeira)... “ao amor antigo - mais triste? não. ele venceu a dor, /e resplandece no seu canto obscuro, /tanto mais velho quanto mais amor.”  simples assim o Drummond, que não ia às ruas defender seu verso... não precisava. os dois tinham sua poética, um era mais intenso, voluntarioso, talvez até mais necessário, o outro era apenas mais poeta... desses que amam as musas, ao contrário dos misomusos, tão espalhados hoje em dia pelos ambientes da arte, da poesia, que quem é poeta (seres em geral  retraídos) se retraem ainda mais... onde anda o amor às musas? agora que elas são tantas, agora que o homem pode amar o homem, e a mulher amar a  mulher, amor animal, amor virtual, amor inter-racial (o mais lindo), agora que há tanto amor espalhado, tantas musas, a intenção poética substituiu o poema, diminuiu-se o labor, a criação, a pesquisa, a inovação, a perenidade do verso, a poesia é menor que a volemia, morre antes da carne, morre todo dia o verso que acabou de nascer... onde anda o amor? não sei o dos outros, o meu está por aí, nas entrelinhas dos poemas, no vão da porta entreaberta, na estrada para o mar, na rima, no ritmo, no estilo, nos livros... sempre no olhar da musa, como aquela que me disse um dia, quando era pequenina: “a musa é quem ilumina o papel para que você possa escrever e ser, enfim, poeta”... entre poema, poesia e alguma filosofia, concluo da forma mais abrangente possível: o amor não anda, fez morada em mim.