sábado, 23 de agosto de 2014

A ARMADILHA


um pássaro canta lá fora
não sei que pássaro
não sei se na rua ou no mato
nem sei se voa
sei que canta...

da janela um rato me espia
não rato-homem
(a espécie mais populosa que há)
nem homem-gabiru
(espécime que ainda prolifera absurdamente)
rato Rattus rattus
ou Mus musculus
(como escreveria a Zapparoli)
- um rato e eu nos olhamos silenciosamente
O mundo sequer percebeu.

foi numa hora como essa,
a noite ainda não acabara
o dia ainda não começara
- a armadilha da vida armada e arrumada
captura-me sempre
quando você não está aqui...

devo aduzir que os gambozinos me atraem
seus olhos roxos
suas bocas leprosas
andróginos e lascivos

- essa existência imaginária que todos deveríamos 

2 comentários:

  1. Essa existência é mesmo muito louca. Se estamos armados, não importam as armadilhas ou mesmo as armas. Tudo deve acontecer além da vida, numa quase morte dos dias.
    Beijus,

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  2. Hoje venho entregar-lhe um pequeno presente, que encontrará no meu blog
    http://emmra-pedagogiadoamor.blogspot.com/2014/11/premio-infinity-dreams-2014.html

    Abraço!

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