terça-feira, 16 de julho de 2013

TU, UTENTE

abrir-lhe as partes
para tomar posse...
da parte que me cabe

penetrar-lhe com o verbo
para ouvir seu corpo
repetir substantivos gozos...

a língua queima
a gruta reage, no líquido que emerge
para tangenciar o ardor

molhada outrora
lambuzada senhora
cavalga ilhargas anímicas

as minhas, que jamais foram suas
ou serão... senão nesse instante

senão nesse verso...

9 comentários:

  1. Apenas nos versos
    alguma umidade transparece
    no ardor dos versos
    controversos a realidade
    de dilemas inversos.
    Abraço!

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  2. Palavras vivas que acendem e ascendem a imaginação.Isso valerá ou não? Palavras tremem. Ao poeta tudo é permitido, principalmente tocar o âmago dos vorazes que as leem.

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  3. Bem explícito este teu poema, escolhestes as palavras que fizeram perfeitas analogias ao encontro sexual entre duas pessoas. Mesmo o amor tendo ficado fora, ficou forte este encontro.

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  4. Nos versos as entregas são plenas, alcançam o inalcançável, materializam o incorpóreo, e se dão, sem limites, com a liberdade que inunda a alma. Demais Carlos! Gr. Bj.!

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  5. Forte essa entrega, como estes versos.
    Abraço
    Ruthia d'O Berço do Mundo

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  6. O latim é uma língua morta,não,não mesmo,principalmente qndo um poeta resolve se utilizar de um adjetivo ou vervbalizá-lo,utente,utens,entis, aquele que usa,dái o usurário ou usar,utor,eris,usus,sum,uri,observem como o verbo era empregado por nossos ancestrais:usar,SERVIR-SE DE...uma vírgula,antes do adjetivo,TU,O USUÁRIO.A vírgula delimita ou abrange,creio que no poema,delimita,mas não exatamente.Quem se serve de quem?Ambos,amado e amador,durante a cópula substancial,mas anímica,e aí vem o paradoxo,pois o poeta abre os primeiros versos com usar a parte que me cabe...consensual,o tu apenas sinaliza o imperativo da cópula inicial,onde as pernas são abertas,assim como os primeiros versos abrem a temática e mostra para o que veio.E na 2ª estrofe,surge o descortinamento da gramaticalidade,instrumento fálico,o verbo,o cerne da oração e o cerne da sexualidade,penetra-se com o verbo,o substantivo passivo agora espera ,somente,como e qdo irá ser o sujeito da orãção,o agente e o paciente.Tanto faz,no sexo ambos se conjugam.A língua queima,sim,queima e expressa e transforma o que é um idioma em agente de servir como o gerenciador do gozo.A grutra reage,as grutas reagem sempre,na escuridão,o que encontramos nas grutas?Vários elementos surpreendentes,como a vagina,que possui a mucosa tão fantástica como a boca,ambas servindo e sendo servidas pela língua para demonstrar o prazer e fazer o prazer,mais uma vez utente,adjetivo pouco usado na língua atual,emerge como servir-se de..."lambuzada senhora agora assume o papel de servir-se de,pois modifica-se a pos~ção,não só na questão do adjetivo para verbo,modifica-se a posição ,sobe e,mesmo lambuzada,expelindo seus líquidos,dá o prazer de se utilizar das ancas,estas que apenas são personalizadas nos versos,porque apenas os versos conseguem dominar o objeto de prazer e ser senhora do corpo.Estrofes bem divididas,cada uma com um verso descortinando o outro,em seguida,cada verso,uma ilharga anímica,pois os quadris são como quadras,aliás,que não são,são tercetos,e culminam em u dueto,a preliminar do gozo,através da penetração do verbo e o auge,o gozo em si,que acaba em um verso,assim como na cama,qndo surge o orgasmo,o que há mais para se digressionar,há fôlego,há energia,ou há contemplação,como a dos que leem e veem o poema terminar?Como dito antes,trabalhar com os recursos linguísticos,fazendo,entretanto,como instrumentação,não de um academismo oco,mas um servir-se de,utente,a favor da temática,é amadurecer enquanto produtor de versos e penetrdor de almas...

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  7. Gostei demais da intensidade como você exalta os seus versos.
    Simples e forte ao mesmo tempo, com as devidas palavras.

    Grande abraço

    Dan.


    PS: Te convido a visitar meu humilde blog de poesias

    http://gagopoetico.blogspot.com.br/

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  8. Carlos, gosto muito do jogo de suas palavras. Um requinte docemente sensual que nos enche de vida.

    "as minhas, que jamais foram suas

    ou serão... senão nesse instante"

    Bjs no seu coração.


    senão nesse verso...

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  9. Belo,sensual, um intenso jogo de palavras,utilizando a poesia sensual de forma que ao mesmo tempo nos faz repensar poesia como forma quase ritual.
    Escrever...É quase um decreto
    tem palavras que só saem de mim
    por escrito ...


    Adri

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